sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Quem Somos?

Somos feitos de contradição,
Somos malditos!
Temos todos um só coração,
Somos benditos!

Somos água na terra, açúcar e sal, 
Somos orgânicos!
Trazemos o potencial do mal,
Somos românticos!

Somos tudo que há, amor e ódio,
Somos vivos!
Somos seres, somos ócio,
Somos mitos!

Somos medo e certeza, 
Somos medonhos!
Somos amor e beleza,
Somos sonhos!

Somos bárbaros, somos ritos.
Perdidos numa longa estrada.
Somos apenas livros reescritos,
Somos nada.

Imagem e Poesia por Monica Gomes Teixeira Campello de Souza (mgtcs)
Todos os direitos reservados

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Destino

Espere e olhe no presente,
O que foi feito do seu futuro,
O que se realizará na frente,
Será traçado a cada segundo;

Cada segundo do passado,
Alterar-se-á a cada pensamento,
Alterar-se-á a cada passo dado,
Exatamente nesse momento;

Espere, mas não o suficiente,
Para tornar a nova escolha insignificante.
Espere e olhe intensamente,
E deseje imerso em esperança

A leitura de cada uma dessas linhas,
Pode parecer sem significância,
Mas quem sabe ao fim dessa leitura
Seja suficiente apenas a lembrança.

Imagem e Texto por Mgtcs
Todos os direitos reservados.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Saudade


 É melancólica e perdura n'alma.
 Como um sopro de vida e de morte.
 É alimento para o ser que chora.
 Faz-se presente inabalável, e forte.

 Traz lembranças perdidas do que foi.
 Traz sentimentos do que poderia ser.
 Vasculha e abala o espírito,
 Redimensiona o que nos faz viver.

 É ela tão dolorida, e persiste.
 Como ferida aberta, incurável,
 Quer transforma e revolve a vida.
 E segue e perdura inabalável.

 É ela amarga como fel;
 E encarna grande crueldade;
 Quando se perde alguém que se ama;
 Resta ela, a mísera saudade.


Poema e Imagem por Monica Gomes Teixeira Capello de Souza
Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Casamento do Medo com a Coragem



O medo disse à coragem que parasse de ousar
A coragem então sorriu, com esperança no olhar.
O medo então sem saída, mas sem ter o que falar,
Muito, muito reticente decidiu acompanhar.


A cada ponto da estrada o medo ia e parava,
Atrasando a coragem que destemida o puxava.
Olharam o horizonte em certo ponto da estrada
O medo cansado e triste percebeu longa jornada;

A coragem impaciente olhou o medo de frente,
Breve brisa então soprou, viu-se um vulto de repente,
O medo então apontou à coragem o obstáculo;
Aproximou-se uma jovem, causando um certo impacto.

A jovem agradável e bela os chamou a descansar;
O medo desconfiado passou a lhe observar,
Pensou ter visto a donzela em outra longa viagem,
Mas conversaram algum tempo, sobre casos da coragem.

Indagada pelo medo se já se haviam conhecido
A coragem então fitou-a com seu olhar destemido,
Ela sorriu amigável, mas com assertividade,
E começou a falar com toda amabilidade,

 Sempre que se encontrarem coragem e medo em missão
Estarei aqui por perto apenas por precaução
Agradeço a atenção e a vossa audiência,
Os senhores então me chamem simplesmente de PRUDÊNCIA.


Imagem e texto por Monica Gomes Teixeira Campello de Souza

Todos os direitos reservados

domingo, 12 de maio de 2013

Extermínio





Ergam-se as bandeiras da coragem,
Enterrem esse fantasma, a crueldade
Ensinem ao mundo que nessa viagem
É vergonhoso ameaçar a humanidade.

Quem são esses monstros sem um rosto,
Criados pelo escárnio e pelo ódio,
Escravos da inveja e do desgosto,
Capazes de atos vis e sórdidos

Ergam-se as bandeiras da verdade,
Apontem essas faces distorcidas
Treinadas pela vaidade,
Desgraçadamente destemidas.

Urge por um fim a esse holocausto,
Urge desmascarar um simbolismo,
Cuja maldade alcança o povo incauto,
Urge exterminar do mundo o TERRORISMO.

Texto e Imagem por Monica Gomes Teixeira Campello de Souza 
Todos os direitos reservados

terça-feira, 23 de abril de 2013

Nephelim (imagem contém nudez)


Que venham sedutores, que consumam a alma,
Caídos do Céu em busca insana,
Da medida de Deus feitos para a vida,
Esperança de amor e de partida.

Impuros, míticos desejáveis.
Que venham arrebatar seus seguidores,
Que mostrem a humanidade seus horrores,
Com leveza e beleza inigualáveis.

Filhos da constelação de Orion,
Tiranos dos amores e pesares.
Alegres criaturas tão amáveis,
Que levem os corações insaciáveis.

E em fim a entrega prazerosa,
O êxtase, a unicidade,
E mesmo que condene e leve a liberdade,
Ainda assim só deixará saudade.

 Imagem e Poema por Monica Gomes Teixeira Campello de Souza
Todos os direitos reservados

terça-feira, 16 de abril de 2013

Percepção


 Qualquer momento dessa vida,
 Que passa despercebido,
 É grande perda irrecuperável,
 Que deveria ter sido vivido.

 Mas, que viver não se sabe em que tempo,
 E o tempo  se vive a cada segundo,
 E não se sabe encontrar o momento,
 Nem de onde é ele oriundo.

 Se nada se sabe, nada se perde,
 E encontrar é se perder no mundo,
 É encontrar aquele momento,
 Mesmo que seja ele, UM segundo.

Por Monica Gomes Teixeira Campello de Souza
Todos os direitos reservados


VIOLETA
Imagem por mgtcs, pode ser utilizada como pano de fundo.
Clique na imagem para vê-la no tamanho orignal.
Por gentileza não utilizem minhas imagens para fins comerciasi nem para redistribuição a qualquer título.
Espero que gostem
mgtcs

terça-feira, 9 de abril de 2013

Ballerina

Essa imagem foi manipulada por mgtcs, pode ser usada como pano de fundo! Basta Clicar na imagem e quando aparecer o tamnho original, salvar no seu computador. Espero que gostem!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Ciúme



Cresce como um vulto sorrateiro.
Tem sabor amargo de dor, de desatino.
Quando espreita é angustia e desespero.
De posse e de paixão é feito seu destino.

Da perda é prima carnal e também do medo
Traz consigo a sombra da desconfiança,
Encarna o temor e aguça o desejo,
Traduz tristeza e desesperança.

Quando se aproxima é dor e sofrimento.
É desejo de vingança e é loucura
Persegue e surge a qualquer momento
Não compreende razão nem esperança

Irracional, infame e desmedido,
É ele que chega e ao seu cume,
É sentimento forte e dolorido,
É esse mísero e mortal ciúme.

Por Monica Gomes Teixerira Campello de Souza
Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Nascer



Vi um mar de sangue e morte;
 Vi caos e descontentamento;
 Vi portas de dor e sofrimento;
 E me vi largada a própria sorte.

 Era dor lacerante, dor profunda;
 O reflexo da alma esquartejada;
 O reflexo da vida lacerada;
 Era pura matéria flácida e imunda.

 Era o início de todos os tormentos;
 Era a vida em fim a se mostrar;
 Tão crua quanto possa estar;
 Para gerar tal desalentamento.

 E respirei em fim, vivi,
 Era apenas água e sangue, o mundo;
 Um respirar de dor profundo;
 A vida, um colo, então nasci!

Por Monica Gomes Teixeira Campello de Souza
Todos os direitos reservados

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um Juri de Principiante


                   
            Quando finalmente me formei e consegui obter autorização da ordem dos advogados do Brasil para exercer a profissão, chegou o dia em que eu deveria fazer meu primeiro júri, ou seja, deveria defender um cidadão com uma ficha criminal extensa, perante um conselho de sentença composto por sete cidadãos, que eu jamais vira, sorteados entre a população local. Minha tarefa era simples, eu tinha que convencer aquelas sete criaturas ou no mínimo quatro delas, que aquele homem dessa vez era inocente.

Bem, eu saí de casa nesse dia fatídico, após uma noite praticamente insone, com destino ao tribunal, estava tão nervosa que as pernas já quase que não obedeciam ao comando da mente. Um colega deveria dividir comigo o suplício, e eu esperava encontra-lo seguro de si e pronto para me tirar daquele penoso estado de nervos. Contudo, para o meu total e absoluto desespero, encontrei-o lívido e trêmulo. Assim que me viu, declarou a necessidade de ter que ir lá fora, para tomar uma "cachaçinha" sob a alegação de que somente dessa forma conseguiria acalmar-se. Eu então, mentalmente, contei até cinquenta e me sentei, já consciente da responsabilidade e do possível vexame caso não controlasse meu insubordinado sistema nervoso.

O meu colega só retornou quando o juiz presidente iniciou a sessão, deve ter ingerido bem mais que uma "cachaçinha" porque o hálito era pura aguardente. Eu tentava conter o pânico que começava a invadir-me. Em uma fração de segundos cogitei pedir adiamento do júri, mas seria absurdamente ridículo fazê-lo sob a alegação de nervosismo, embriaguez do colega ou qualquer coisa que o valha. Cogitei, ainda, sair simplesmente do recinto e não retornar mais, isso, porém seria o cúmulo da covardia e gosto de acreditar que essa característica não faz parte de minha personalidade, por isso fiquei.

O juiz, para completar o quadro dantesco, dirigiu-se a nós dois e, solenemente, informou que se ele considerasse que o réu não foi adequadamente defendido, o júri seria anulado e, num golpe fatal, do alto de sua magnanimidade, perguntou se já havíamos atuado no tribunal do júri outras vezes e se desejávamos pedir adiamento para estudar mais o famigerado processo.

Nesse momento, me senti fortemente desafiada! A temível benevolência do magistrado para com os iniciantes instigou-me e, movida por um orgulho que me é genético, menti. Declarei com solene veemência já haver tido experiência no Tribunal do Júri e solicitei a continuação do julgamento. O meu colega, deixou-se cair na cadeira, lívido e silencioso.

Após o inflamado e teatral discurso acusatório da promotoria, o meu colega iniciou sua defesa. Entretanto, suas frases não fizeram qualquer sentido, sem dúvida como resultado da avalanche de emoções que o assolaram naquela manhã e obviamente em razão do teor alcoólico que inoportunamente circulava em seu sangue. Não pude deixá-lo continuar, de modo que, em determinado momento, tomei a palavra.

Analisei todo o processo e ataquei veementemente cada falha da promotoria. A simples ideai de sucumbir ao nervosismo e prejudicar a defesa me forneceu uma coragem e eloquência que eu não sabia possuir. Sei que foi assim, porque, depois, me parabenizaram e meu colega, já recuperado, contou-me alguns detalhes que eu mesma já não recordava. Na realidade, não recordo exatamente o que disse durante o discurso porque, naquele momento, o fiz por puro instinto e na defesa desesperada da nossa reputação.

O cliente foi condenado, por quatro votos a três. É preciso ressaltar que as possibilidades de ser absolvido eram tão remotas quanto às chances de chegarmos calmos no primeiro júri de nossas vidas, todavia, conseguimos convencer três jurados de sua inocência, de modo que foi possível recorrer da condenação.

O meu colega não quis mais atuar nessa área do direito, temendo ter que se tornar um alcoólatra se quisesse fazê-lo. Eu continuei aceitando uns casos e outros como forma de exercitar o autocontrole.

Monica Gomes Teixeira Campello de Souza

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Vão sofrimento.



Sofri de um sofrimento inútil, volátil
O tempo passou ao meu lado, invisível.
Invisível como o amor não revelado.
Instável, platônico, desmembrado.

Alcancei com esforço a porta de saída
Era longa, escura, inevitável,
Era importante não olhar para trás,
Mas no mesmo instante já havia olhado.

Um instante, um vislumbre do passado,
Precioso momento, gélido, esquálido,
Vi fechar-se a porta de saída
Onde jamais deveria ter entrado

Tateei no escuro em paredes lisas
Paredes imunes aos meus pecados
Estremeci, estupefata, quando vi
Numa lápide meu corpo enterrado.