terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dois Pesos e Uma Medida

Perfeito, luminoso, paraíso imenso,
Como balança pesando a um só lado,
Que Deus vendo incompleto seu intento,
Moveu-se alterando seu inerte estado;


A solução gerou o caos harmonioso,
E de um lado de Deus o soturno emergiu,
E com ele o obscuro vácuo tenebroso,
Contrapesando a constância o mutável surgiu;


E agora eis o homem mirando-se no espelho,
Em busca de si, buscando explicações,
Por caminhos loucos e procuras vãs;


Face a face consigo, de si para si,
O homem teme atingir o imutável,
Mas a que interessa saber-se alterável?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo a todos nós, paz, saúde, sucesso, mas antes de mais nada precisamos de despreendimento, afinal num piscar de olhos a vida muda, o tempo passa, envelhecemos e partimos. Que partamos tendo vivido o presente, como se cada dia fosse o último e então enternizaremos o momento.

Nascer

Vi um mar de sangue e morte;
Vi caos e descontentamento;
Vi portas de dor e sofrimento;
E me vi largada a própria sorte.

Era dor lacerante, dor profunda;
O reflexo da alma esquartejada;
O reflexo da vida lacerada;
Era pura matéria flácida e imunda.

Era o início de todos os tormentos;
Era a vida em fim a se mostrar;
Tão crua quanto possa estar;
Para gerar tal desalentamento.

E respirei em fim, vivi,
Era apenas água e sangue, o mundo;
Um respirar de dor profundo;
A vida, um colo, então nasci!


Monica Gomes Teixeira Campello de Souza